Gordon Bajnai apresenta-se como adversário número um de Viktor Orbán

Publicado em 26 Outubro 2012 às 14:51

Terá o primeiro-ministro nacional-conservador Viktor Orbán finalmente encontrado um adversário à sua altura? Na manifestação organizada pela oposição no aniversário da insurreição antissoviética de 1956, a 23 de outubro, o antigo primeiro-ministro Gordon Bajnai (2009-2010) anunciou a criação de uma aliança eleitoral composta por “partidários de esquerda cheios de esperança, dececionados de direita, livres-pensadores politicamente abandonados e Verdes empenhados” batizada de Együtt 2014 [Juntos 2014], para as eleições legislativas de 2014. O seu objetivo é colocar um fim à “revolução nacional” de Orbán. Embora partilhe a mesma ideia, a imprensa da oposição continua dividida na forma como este deve ser alcançado.

O semanário Magyar Narancs revelou muito entusiasmo:

É a primeira vez que a oposição pode estar otimista desde 2010. Com Bajnai, esta encontrou um líder com experiência, um bom comunicador, pró-europeu, que parece ser o verdadeiro rival de Viktor Orbán. Até à data não disse muita coisa, mas pelo menos é honesto e convincente.

O diário de centro-esquerda Népszabadság observa que se trata do “início de algo. […] Ainda temos dois anos para conseguirmos livrar-nos de Orbán. O que fizemos agora foi o primeiro passo”.

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Além de apoiar Bajnai, o semanário liberal Heti Világgazdaság, mostra-se por sua vez muito cético:

Para haver uma verdadeira mudança de regime, era preciso um programa económico e social em conformidade com as exigências europeias, mas não é algo desejado pelas massas e as organizações de esquerda que aplaudiram Bajnai. E, à partida, quando souberem o que este partidário do mercado quer verdadeiramente, também não o quererão.

Uma opinião mais ou menos partilhada pelo filósofo de esquerda, Gáspár Miklos Tamás, no Élet És Irodalom, segundo o qual “não há dúvidas de que se a oposição controlar o Governo, esta deverá prosseguir com a política de rigor”.

Para a imprensa conservadora, a situação é muito mais simples: o diário Magyar Nemzet descreve Bajnai como “o homem da rede internacional das finanças” e recorda que “este nunca foi eleito pelo povo”.

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