O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (à direita) e o vice-primeiro-ministro Paulo Portas (à esquerda), no Parlamento, a 12 de julho

A comédia dos partidos

A crise política que atinge o país em nada melhorou a sua situação económica. E, sobretudo, a irresponsabilidade dos grandes partidos excluiu ainda mais os cidadãos do debate sobre o seu futuro, lamenta o “Jornal de Negócios”.

Publicado em 25 Julho 2013 às 11:42
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (à direita) e o vice-primeiro-ministro Paulo Portas (à esquerda), no Parlamento, a 12 de julho

Ouve-se e lê-se e parece que está tudo bem outra vez. Na verdade, está tudo mal outra vez. Talvez o cartoonista italiano Altan tenha feito a síntese perfeita quando desenhou dois porcos engravatados comentando a situação. Diz um: “Esta crise durará anos”. Responde o outro: “Finalmente um pouco de estabilidade”.

Quando estamos submersos há tantos anos, não estamos mais em crise, estamos “na situação”. E está tudo mal outra vez porque a crise política deste estranho mês de Julho se sobrepôs à emergência que vivemos. É um pouco desesperante ver as análises internas e externas dos partidos fixarem-se no quem-ganha-quem-perde das últimas semanas, como se estivéssemos a falar de outra coisa que não a ameaça de um segundo resgate.

A comédia tem mais audiência que a tragédia. Não há moralismo nestas palavras, apenas espanto. Afinal, o mundo parece mais interessado em saber o nome do bebé Middleton do que em compreender a falência de uma cidade, onde metade da iluminação elétrica não funciona, dois terços das ambulâncias não circulam, há 80 mil edifício vazios, 40 mil em perigo de derrocada, onde os pensionistas estão em risco de perder pensões. Essa cidade não fica no fim do mundo, é Detroit, já viveu a glória e fica nos EUA, que até tem orçamento e política federal.

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