As multinacionais estão de volta

Publicado em 1 Março 2013 às 15:12

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“O comboio de mercadorias para a Europa vê a luz do dia”, anuncia I Kathimerini. A 28 de fevereiro, foi inaugurada a linha ferroviária de 17 quilómetros que liga o porto de Pireu à plataforma logística de Thriasio, nos arredores de Atenas. Esta nova ligação deverá facilitar o transporte de mercadorias para o resto da Europa Central e Sudeste.

A entrada em funcionamento desta linha era muito esperada pela empresa chinesa Cosco que explora o porto desde 2010 e quer desenvolver a sua atividade. “Todas as condições estão, assim, cumpridas para a assinatura do acordo [a 1 de março] entre a Cosco e a Hewlett Packard, que utilizará o Pireu para transportar os seus produtos para os mercados europeus”, escreve o diário.

Este acordo, acrescenta o Kathimerini, vai ajudar o primeiro-ministro Antonis Samaras a demonstrar à troika, cuja delegação chegou a Atenas no próprio dia da inauguração, que as reformas estão a avançar, especialmente o programa de privatizações. Desde o início da semana, o seu Governo de coligação multiplica os encontros com grandes empresas como a Philip Morris ou os bancos para cumprir os objetivos acordados com credores do país: privatização da água, da eletricidade, dos comboios, de alguns aeroportos, dos hipódromos, etc...

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Le Monde constata, por seu lado o regresso das multinacionais a Atenas. É o caso da Unilever, o gigante anglo-holandês.

A empresa decidiu transferir para a Grécia a fabricação de 110 produtos de consumo que, até aqui, eram importados da Europa Central e Oriental. Serão fabricados, sob licença, por empresas parceiras gregas.

O Governo, precisa o diário francês, “conta com as privatizações para acelerar os investimentos na Grécia, especialmente o da empresa de apostas desportivas Opap e o da companhia de gás Depa, que interessa aos russos”.

Le Monde é, no entanto, prudente sobre “esta tímida retoma que continua frágil”.

A nível interno, o Governo continua sem coletar impostos e sem lutar eficazmente contra a fraude fiscal. […] No plano externo, a incerteza italiana também ameaça ter repercussões na Grécia.

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