República Checa

Praga reintroduz proibição na sequência de onda de álcool adulterado

Publicado em 17 Setembro 2012 às 13:55

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“A proibição poderá durar alguns meses”, anuncia a primeira página do Mladá Fronta DNES, após a interdição da venda de bebidas contendo mais de 20% de álcool ter sido decretada na sexta-feira, 14 de setembro, pelo ministro checo da Saúde. As aguardentes e outras bebidas espirituosas engarrafadas desapareceram das lojas, restaurantes e bares depois de uma onda de intoxicações por álcool adulterado que, desde 6 de setembro, causou 21 mortos em todo o país. A maior parte das vítimas foram identificadas nas regiões fronteiriças com a Polónia, na Morávia-Silésia, bem como nas regiões de Zlín e de Olomouc. A polícia já interpelou 23 produtores e distribuidores suspeitos de terem acrescentado metanol às bebidas e está à procura de todas as fontes de proveniência de álcool adulterado.

Segundo o Lidové noviny, que publica os primeiros resultados do inquérito, “o veneno vem da Polónia. Líquido de lavar vidros com anticongelante” para automóveis. A polícia suspeita, de facto, que os produtores tenham utilizado metanol proveniente da Polónia: “já em julho o Gazeta Wyborcza tinha revelado que o metanol, três vezes mais barato do que o etanol usado até agora, mas tóxico, era usado desde 2010 para a fabricação de líquido para lavar vidros por razões económicas”. Manifestamente sem saberem desta mudança, os produtores checos de bebidas espirituosas pouco escrupulosos continuaram a abastecer-se de líquido para lavar vidros na Polónia para fazerem as bebidas.

A onda de intoxicações não conhece fronteiras e propaga-se aos outros países vizinhos: “O envenenamento também atinge o nosso país”, noticia, de facto, a primeira página do diário eslovaco SME, a 17 de setembro, segundo o qual, na véspera, oito pessoas envenenadas por metanol foram hospitalizadas na cidade de Prešov, e são já quatro os mortos na Polónia. Por isso, as autoridades sanitárias polacas anunciaram a proibição de aguardentes provenientes da República Checa.

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“É do interesse público que esta proibição termine o mais depressa possível”, escreve o Lidové noviny, porque representa uma perda de 750 milhões de coroas (cerca de 30 milhões de euros) a menos, em impostos, para o Estado. Segundo os números publicados pelo Hospodářské noviny, na República Checa vendem-se 155 mil litros de bebidas espirituosas por dia.

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