Stoltenberg vira a sua atenção para leste

Publicado em 3 Outubro 2014 às 10:49

O antigo primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg, que assumiu as funções de secretário-geral da NATO nesta quinta-feira, definiu imediatamente o rumo das suas ações, escreve o Le Figaro, segundo o qual, Stoltenberg

oferece ao Kremlin a perspetiva remota de uma “relação construtiva” com o Ocidente, sem, no entanto, mudar as condições impostas: a Rússia deve mostrar “de forma clara” que irá respeitar o direito internacional na Ucrânia. Entretanto, a Aliança Atlântica irá reforçar o seu dispositivo militar no leste da Europa.
Segundo o diário, “não existem contradições entre uma NATO forte e a preocupação de criar uma relação construtiva” com Moscovo. Stoltenberg considera nomeadamente a possibilidade de organizar um conselho NATO-Rússia. Contudo, acrescenta o Le Figaro, este tem noção de que alguns membros da NATO se sentem ameaçados pela Rússia e de que a emergência do Estado Islâmico preocupa outros:
o chefe da Aliança irá, portanto, seguir o itinerário traçado pelo seu predecessor, visitando primeiro duas capitais que se consideram ameaçadas, uma pela Rússia, outra pelo Estado Islâmico: a Varsóvia e Ancara. Este promete às duas cidades a ajuda da NATO em caso de ataque. Os Vinte Oito ministros da Defesa deverão decidir, em fevereiro de 2015, a estratégia militar que a NATO irá implementar na linha da frente, nomeadamente na Polónia e nos países bálticos, em nome da segurança coletiva.
O Le Figaro realça que a tarefa do norueguês promete ser difícil, devido nomeadamente a questões orçamentais. Os Estados Unidos financiam três quartos do orçamento da NATO. Foi pedido aos restantes membros um maior compromisso financeiro na defesa:
a cimeira da NATO, que ocorreu no mês passado no País de Gales, prometeu inverter a tendência descendente das verbas dedicadas ao setor da defesa na Europa. E é este domínio que promete dificultar a missão de Jens Stoltenberg, numa altura em que Vladimir Putin testa a credibilidade e os meios da Aliança.
O novo secretário-geral da NATO considera que essas questões financeiras são cruciais e que o seu sucesso depende disso. Deixou claro que será intransigente nesta matéria. Mas o Le Figaro acrescenta que a crise orçamental corre o risco de complicar a situação.

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