
"A Bélgica a caminho de uma aventura eleitoral", titula o De Standaard, um dia depois de o rei Alberto II ter aceitado a demissão do Primeiro-ministro. Yves Leterme renunciou, após o fracasso das negociações interpartidárias sobre a divisão do arrondissement eleitoral bilingue de Bruxelles-Hal-Vilvorde (BHV), principal obstáculo na tensão que se vive entre francófonos e flamengos. A realização de eleições antecipadas afigura-se a única saída para a actual crise. La Libre Belgique nota que "é a quinta vez" que Leterme apresenta a sua demissão – duas vezes como formador de Governo e três como chefe de Governo – "em trinta meses", ao passo que o Le Soir fala de uma "paralisia total", de um "caos indescritível, irresponsável, devastador" e considera que a Bélgica não se encontra "numa situação de risco financeiro que os mercados não possam perdoar". "Ninguém quer liderar" a Bélgica, nota o De Standaard, acrescentando que "*este país testa os limites do absurdo.*É preciso pensar se haverá um futuro comum para flamengos e francófonos sob o mesmo tecto belga".