A crise bate à porta

Publicado em 5 Junho 2012 às 14:26

Más notícias da Bolsa na Alemanha: pela primeira vez desde janeiro, o índice DAX, o principal índice do país, caiu abaixo do limite simbólico dos seis mil pontos. Berlim confronta-se com uma realidade refreada durante muito tempo: a Alemanha que até aqui resistiu à crise, também está a ser atingida pela recessão.

“Este negro mês de maio é um aviso aos líderes políticos para que reduzam todas as incertezas dos trabalhadores e das empresas europeus”, reage o Süddeutsche Zeitung. Enquanto país exportador dependente, ao mesmo tempo, dos seus vizinhos europeus (com a Grécia e Espanha como fatores de instabilidade) e dos países emergentes (onde o crescimento abranda), a Alemanha tem de agir depressa e sobretudo,

aceitar o facto de que hoje, a política económica não pode fazer-se nos limites exclusivos das fronteiras nacionais.

A mesma opinião é partilhada pelo Spiegel Online, que escreve: “o maior erro dos alemães foi considerarem que a crise era apenas dos outros, dos gregos, dos portugueses, dos espanhóis e dos italianos. Ficar de fora já não é uma opção”. Apelando a Berlim para que se torne o garante da dívida dos seus vizinhos, o sítio de informação revela, num segundo artigo, que Angela Merkel está prestes a mudar de estratégia e a abandonar a austeridade absoluta. Berlim está a elaborar um “pacote para o crescimento na Europa” que prevê:

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- aumentar o capital do Banco Europeu de Investimento em dez mil milhões de euros;

- reformar o modo de atribuição dos fundos de ajuda europeus criando, nomeadamente, obrigações-projeto [títulos lançados conjuntamente pelos países europeus para financiar grandes projectos];

- apoiar o plano da Comissão Europeia de combate ao desemprego jovem com 7,3 mil milhões de euros;

- introduzir mais concertação dentro da zona euro nas áreas das finanças e da economia.

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