A Europa quer-te!

Publicado em 19 Agosto 2013 às 11:28

“O exército europeu, uma profissão. Enviar as candidaturas por correio eletrónico ou para a seguinte morada...” – Este anúncio ainda não aparece nos cartazes do metro de Berlim, Roma, Varsóvia ou Madrid, mas se a União tivesse o seu próprio exército, tornar-se-ia no primeiro empregador do continente e um importante gerador de empregos diretos e indiretos.
A ideia não é nova, e os sucessivos fracassos das várias iniciativas nesse sentido - a começar pelo da Comunidade Europeia da Defesa - devem ter desencorajado qualquer novo projeto.
No entanto, sempre que um novo alerta de ataques terroristas da Al-Qaeda aparece e com a aproximação do Conselho Europeu de Dezembro, que será consagrado, em grande parte, à defesa europeia, o assunto volta à ordem do dia. E o aliado americano aproveita todas as oportunidades para relembrar aos europeus as suas responsabilidades, como referiu recentemente The Christian Science Monitor: “Washington pressiona cada vez mais a Europa para que se proteja a si própria e, mais importante, os territórios próximos do Sahel, da África do Norte e algumas zonas do Médio Oriente”.
Ter força militar credível é essencial para “definir uma identidade e uma credibilidade europeias”, sublinha o Adevărul, numa altura em que os outros países “erguem barreiras um pouco por todo o lado” contra os ataques terroristas.
Uma opinião que o Parlamento Europeu parecia partilhar já em 2009, quando exprimiu a vontade de criar uma força comum de defesa europeia, com o nome SAFE - Syncronized Armed Forces Europe (Forças Armadas Articuladas da Europa).
A introdução de um serviço militar pan-europeu permitiria reforçar os laços entre os europeus que a crise dissolveu. E em caso de fracasso, ainda teríamos a alternativa de um serviço civil, proposto pelo sociólogo alemão Ulrich Beck numa recente entrevista à Philosophie Magazine:

Um alemão que passa um ano numa Grécia abalada por este trágico empobrecimento devido a um desemprego recorde e que, de regresso à Alemanha, ouve dizer que os gregos são preguiçosos terá um outro olhar sobre a política do seu país.

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