A menos de três semanas das eleições legislativas na Grécia, o Der Spiegel questiona as intenções de Alexis Tsipras, o líder do partido esquerdista Syriza, principal candidato na campanha para formar o próximo Governo. A revista alemã observa mensagens contraditórias que deixam os observadores de toda a Europa “por vezes ansiosos e por outras perplexos”.
“O partido inteiro quer ver o país no euro”, declarou Tsipras, por exemplo. Mas formulou a sua declaração, acrescentando: “sob a condição de que a coesão social não seja ameaçada”. Noutra ocasião, disse que o euro não era “um fetiche” e que a Grécia não era “refém de ninguém”, seja qual for o seu significado. […] Os membros do atual Governo conservador afirmaram num tom irónico que as posições de Tsipras são muito claras. “Às terças, quintas e sábados quer ficar na zona euro, às segundas, quartas e sextas voltamos ao dracma, e aos domingos quer um referendo”, dizem.
Seja como for, a revista prevê que um Governo liderado por Tsipras seria comprometedor, uma vez que é pouco provável que o Syriza obtenha uma maioria parlamentar.
Os programas de ajuda à Grécia da UE e do Fundo Monetário Internacional expiram no fim de fevereiro. As negociações para formar um Governo de coligação irão provavelmente demorar mais tempo do que isso. Além disso, em Bruxelas, os diplomatas de alto nível têm a esperança de que a realidade económica e política acabe por impor-se aos ideólogos esquerdistas de Atenas.