No dia em que o Presidente checo Vaclàv Klaus finalmente assinou o Tratado de Lisboa, o Daily Telegraph constata que o líder do Partido Conservador britânico, David Cameron, vai ter de proceder a um recuo embaraçoso em relação ao controverso texto, que avança a coxear para a ratificação completa. “Cameron”, recorda o diário londrino, “fez uma promessa ‘cunhada em ferro’, em 2007, de que um Governo conservador sujeitaria o Tratado de Lisboa ao voto popular”. Entretanto, tendo todos os 27 Estados-membros ratificado o texto, Cameron, o muito provável próximo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, envolve-se rapidamente em manobras de marcha-atrás. Numa conferência de Imprensa, ontem em Londres, Cameron sugeriu que poderia mudar agora a sua política na matéria. “Queremos um referendo sobre o Tratado de Lisboa, mas parece claro que estamos a aproximarmo-nos de um ponto em que o texto se prepara para deixar de ser um tratado e tornar-se parte integrante da lei europeia”, disse. A especulação é agora grande em Bruxelas, procurando saber-se se, com uma inversão de marcha em relação à Europa, Cameron irá rever também as suas alianças no Parlamento Europeu com os grupos polaco e letão de extrema-direita.
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