“Sem amor e com policiamento implacável” são as soluções de Cameron para “quebrar a Grã-Bretanha”, titula o The Guardian, que notícia as tentativas do governo britânico para enfrentar as causas e os efeitos dos recentes motins. Centenas de polícias irão receber treino antimotim, escreve o jornal, enquanto o primeiro-ministro promete “uma reviravolta na vida” de 120 mil famílias para responder àquilo que chama um “colapso moral em câmara lenta”.
Entretanto, uma autorização controversa permite aos magistrados não terem em conta a jurisprudência como guia nas penas a atribuir aos amotinados. Um estudante de 23 anos “foi condenado a seis meses de prisão por ter roubado, de um supermercado, garrafas de água no valor de 3.50 libras (3,98€)”.
Para alguém tido como progressista,escreve o The Guardian, Cameron parece agora preocupantemente Thatcheriano: “frio, cínico e, às vezes, muito estranho”. As críticas à reação de Margaret Thatcher aos motins de Brixton, em 1981, descreviam-na como “inábil para encontrar a medida certa quando é necessário um sentido mais amplo de compreensão social.” Hoje, pode dizer-se o mesmo de Cameron.