Discurso religioso pode prejudicar o culto de João Paulo II

Publicado em 2 Maio 2011 às 09:44

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"Consagrado" – é o título de hoje do Gazeta Wyborcza, após a cerimónia de beatificação do Papa João Paulo II perante cerca de um milhão de fiéis reunidos em Roma, em 1 de maio. "A beatificação mostrou que o Papa Wojtyła ainda está vivo. Tão vivo que a Igreja é animada pela sua mensagem", afirma um colunista do Rzeczpospolita, que acrescenta: "A cerimónia teve caráter universal, porque o pontificado de João Paulo II foi universal." Contudo, o principal comentador de assuntos religiosos do Gazeta Wyborcza, Jan Turnau, pede aos fiéis católicos que não maculem a imagem do defunto Papa. "O Papa veicula a palavra da Igreja, mas a Igreja também veicula a palavra do Papa: com o vosso discurso falsamente religioso, ou mesmo impregnado de estreiteza de vistas intelectual e de beligerância religiosa, estais a fazer dele uma figura insípida e provinciana. Estais a fechá-lo nas vossas sacristias, a afastá-lo das pessoas que vivem fora das fronteiras da Igreja", observa Turnau. E acrescenta: "Tentemos dar apenas um pequeno passo: conseguir que o mundo eclesiástico o veja como um mestre – um sábio que vale a pena escutar. Um dos eruditos de hoje. […] Não como um mentor ético mas como um conselheiro."

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