E o homem fez-se Deus

Publicado em 21 Maio 2010 às 10:39

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“E o homem criou a vida”, declara The Economist, na sequência do anúncio de 20 de Maio, nas páginas de Science, de que o geneticista Craig Venter e a sua equipa criaram a primeiríssima forma de vida sintética. O novo organismo é baseado numa bactéria que causa mastite nas cabras; mas, no seu núcleo, tem um genoma sintético inteiramente constituído por “produtos químicos laboratoriais imediatamente disponíveis”. “Afinal”, graceja o semanário londrino, “não houve castelo, nem temporal e, seguramente, nenhum assistente corcunda e palavroso”. Pondo de lado os gracejos frankensteinianos, começou uma nova era para a humanidade. É agora possível “conceber um mundo em que novas bactérias (e, eventualmente, novos animais e plantas) são concebidos em computador e depois desenvolvidos a pedido”. As aplicações práticas podem incluir a produção de bactérias que gerem combustíveis biológicos, a absorção de dióxido de carbono da atmosfera ou mesmo a manufactura de vacinas. Independentemente das nossas reservas sobre estarmos a interferir com a Criação, “para o bem e para o mal, já chegámos lá”, salienta The Economist. “Criar vida deixou de ser uma prorrogativa dos deuses.”

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