“O escândalo de espionagem de dados ameaça as negociações sobre comércio entre a UE e os Estados Unidos, titula o Financial Times, referindo-se à última reviravolta na história sobre as alegações de que os serviços secretos dos Estados Unidos, a Agência Nacional de Segurança, rotineiramente gravou chamadas telefónicas e seguiu o uso da Internet feitos pelos cidadãos no âmbito de um programa de vigilância chamado PRISM. A notícia surgiu depois de uma fuga de informação feita por um antigo funcionário da CIA, a que o jornal The Guardian reconheceu como sendo Edward Snowden, 29 anos.
O diário económico diz que este escândalo pode aumentar as divergências já existentes entre a UE e os Estados Unidos sobre a política de proteção de dados, assunto que faz parte das negociações que deverão começar no próximo mês para estabelecer um acordo de comércio entre os Estados Unidos e a UE. O plano já está a lutar para ultrapassar a campanha francesa para proteger a exceção cultural, que permite que sejam atribuídos subsídios à indústria das artes, como a música e o cinema.
Antes que as negociações comecem, escreve o jornal, as empresas norte-americanas de tecnologia e serviços financeiros têm feito lóbi para que sejam aliviadas as restrições sobre a partilha de dados entre a Europa e os Estados Unidos.
Bruxelas apresentou uma duras regras de privacidade. As empresas dos Estados Unidos opõem-se a muitas dessas medidas porque estão preocupadas com os possíveis prejuízos que daí poderiam advir para o seu modelo de negócios. A legislação sobre privacidade da UE ainda tem de ser aprovada pelos Estados-membros da União e pelos eurodeputados mas há muito que os Estados Unidos esperavam poder diluir essa proposta através das negociações sobre comércio.
Newsletter em português