Comissão Europeia

Eurodeputados querem que o “Dalligate” seja investigado

Publicado em 10 Janeiro 2013

“Será que a queda do antigo comissário europeu da Saúde, John Dalli, coloca também o presidente da Comissão numa posição constrangedora?”, interroga-se De Morgen. O grupo dos eleitos Verdes no Parlamento Europeu pede a criação de uma comissão de inquérito para investigar as “reuniões secretas entre a indústria do tabaco e os altos funcionários de José Manuel Durão Barroso”. Os Verdes esperam obter o apoio dos outros grupos políticos numa reunião dos presidentes do grupo, que deverá ter lugar a 10 de janeiro.

O diário recorda que Barroso tinha exigido a demissão de Dalli, a 16 de outubro, após um produtor de tabaco sueco ter apresentado queixa e terem surgido suspeitas de conflitos de interesse do comissário. Este último desmente as acusações, mas confessa ter omitido declarar uma reunião com um lobista do tabaco, o que “segundo a Comissão Europeia representa uma violação clara do seu código de conduta e da OMS”. No entanto, a própria Comissão teve “no mínimo seis contactos com a indústria do tabaco que não foram declarados”, garante o eurodeputado verde José Bové, que acrescenta que “Dalli foi obrigado a demitir-se, pelo que os outros responsáveis [que violaram as mesmas regras] deveriam fazer o mesmo”. De Morgen acrescenta que

[o eurodeputado verde Bart Staes e Bové afirmam que graças a um lóbi intensivo sobre os serviços de Barroso, a indústria do tabaco conseguiu adiar desde 2010 a introdução da nova diretiva do tabaco, muito mais rigorosa. Desta forma, [a secretária geral da Comissão Europeia Catherine] Day, rejeitou duas vezes as tentativas de negociação cruciais sobre a diretiva.

O Partido Popular Europeu (PPE, direita), o principal grupo no Parlamento Europeu, apoia parcialmente a proposta dos Verdes, mas teme que “a composição de uma comissão especial só fará com que percam tempo”. Segundo o PPE, a prioridade é ter acesso ao relatório do Comité de Vigilância independente que terá encontrado irregularidades na investigação do Gabinete Europeu de Luta Antifraude (OLAF), que coloca Dalli em causa.

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