No meio das crises financeiras e climáticas, nunca antes as preocupações com insignificâncias contabilísticas foram esmiuçadas com tanto afinco como na grande democracia que é a Grã-Bretanha. Um dia após a abertura “da mãe de todos os parlamentos”, a imprensa e outros meios de Comunicação britânicos voltam a agitar a espuma de integridade sobre as despesas apresentadas pelos membros do Parlamento. No meio de uma barreira de títulos de primeiras páginas, o Daily Telegraph sobressai no meio do festim com a revelação de que o primeiro-ministro, Gordon Brown, vai ter de devolver 12.500 libras (13.544 euros) ao Tesouro, por “despesas excessivas em limpezas, jardinagem e decoração”. Foi o próprio Brown que lançou neste Verão um inquérito independente, conduzido por Sir Thomas Legg, que levou a que estejam a ser pedidas a mais de 500 membros do Parlamentojustificações para despesas apresentadas. O líder Democrata Liberal, Nick Clegg, terá igualmente de reembolsar 910 libras, pelo seu jardim. Já o dirigente conservador David Cameron mostrou pouca inclinação para as reconfortantes artes da horticultura e apenas lhe foi pedido para fornecer cópias dos pagamentos dos juros da hipoteca da sua casa em 2006. São debates como este que pesarão na mente do eleitorado, quando a Grã-Bretanha for a votos em 2010.
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