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El Periódico faz campanha contra o despejo das famílias que, por causa da crise, deixaram de poder pagar os seus empréstimos à habitação. “STOP despejos”, é o título do diário sobre aquilo que classifica como “drama social”. De facto, segundo a lei espanhola, se uma pessoa deixa de poder pagar o seu crédito à habitação, o banco pode apossar-se da casa. Mas o comprador não fica livre da sua obrigação de pagar o empréstimo que contratou. Depois do rebentamento da bolha imobiliária, em 2007, já foram feitos cerca de 400 mil despejos.

O diário de Barcelona escreve que “a injusta lei hipotecária tem de ser alterada” e decidiu lançar uma petição para exigir que haja mais flexibilidade, como uma moratória de pagamentos, a extinção do empréstimo nas situações em que o banco toma posse da casa ou a introdução de casas de baixo custo. As medidas estão previstas no código de boas práticas para os bancos adotado pelo Governo de Mariano Rajoy, em março passado, mas até agora a sua aplicação é apenas voluntária.

Encarregues de fazer respeitar uma lei que data de 1909, os juízes também já se envolveram no assunto, acrescenta o jornal: o Conselho Geral do poder judiciário pediu a reforma da lei por causa das “disfuncionalidades” que provoca e do “impacto social” dos despejos. Os partidos políticos também não ficaram de fora: conservadores (no poder) e socialista (na oposição) são favoráveis à alteração da lei, escreve El Periódico:

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As mudanças de atitude das instituições e dos partidos são lógicas, perante os contornos que o problema assume. […] O que é menos compreensível é o comportamento dos bancos que, no seu próprio interesse, deveriam interromper esta escalada… […] São muitos os que pedem para que os próprios proprietários endividados possam continuar nas suas casas, como inquilinos. Resolvia-se, assim, um drama social e os bancos receberiam uma parte do dinheiro em vez de acumularem ativos que só lhes pesam nos orçamentos.

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