Jihadistas belgas envolvidos nos massacres perto de Alep?

Publicado em 10 Junho 2013 às 12:41

“Belga massacra e viola ‘não-crentes’” na Síria, é o título de De Standaard, depois de ter sido encontrado, a 7 de junho, na Internet, um vídeo datado do passado mês de março onde se vê um homem, presumivelmente xiita, a ser decapitado por um grupo de jihadistas, no qual alguns falam flamengo. Segundo o jornal, “é provável que esta execução esteja ligada a Hussain Elouassaki, de 22 anos, auxiliar médico de deficientes em Vilvorde”, perto de Bruxelas:

As escutas telefónicas e os interrogatórios a combatentes regressados da Síria, a que o jornal De Morgen teve acesso, revelam que um grupo de 35 a 40 belgas se instalou nas imediações de Alep. Este grupo está sob as ordens de Hussain Elouassaki, que foi para a Síria em setembro. Numa conversa ao telefone com o irmão Abdelouafi, [...] Hussain Elouassaki conta a forma como decapitou uma pessoa e como violaram e mataram 30 mulheres.

O jornal nota que há entre 600 a 700 combatentes europeus na Síria, estando a maior parte dos belgas ligada, “com maior ou menor proximidade, à Sharia4Belgium [...]. Os que forem cúmplices da execução arriscam-se a uma pena de prisão perpétua no nosso país”.

No editorial de De Morgen, intitulado “Os nossos rapazes na Síria”, Yves Desmet indigna-se perante “a banalização do mal”, como provam estes combatentes:

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Como podem estes tipos transformar-se a este ponto? [...] Párias num país que não os quis, transformaram-se de um momento para o outro em heróis numa Guerra Santa. Não é de surpreender e, ao mesmo tempo, serve de fraco consolo saber que a maior parte deles nunca mais vai querer regressar [à Bélgica].

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