Na sua edição de 10 de Junho, o Guardian revelou que o relatório, há muito aguardado, sobre o Domingo Sangrento, de 1972, na Irlanda do Norte, concluiu que “os tiros fatais dos soldados britânicos sobre civis foram ilegais”. Foram alvejados treze nacionalistas não armados que participavam na marcha pelos Direitos Civis, em Derry (Irlanda do Norte), mas o inquérito realizado na altura tinha concluído que os militares tinham agido em legítima defesa.
De acordo com as conclusões do último inquérito, instaurado em 1998, e o mais longo na história judicial britânica, os sobreviventes ao tiroteio daquele dia e os familiares das vítimas podem vir a exigir a acusação dos soldados britânicos, uma possibilidade que um deputado unionista descreveu como uma "granada de mão sem cavilha”. O Domingo Sangrento é um assunto altamente controverso na Irlanda e “incendiou os protestos dos nacionalistas contra a lei britânica”, explica o diário londrino, “aumentando exponencialmente a popularidade do IRA no território”.