Áustria-Hungria

Nuvens sobre os antigos parceiros

Publicado em 6 Novembro 2014 às 11:26

Existem tensões entre os dois partidos que constituíam anteriormente o Império austro-húngaro: apesar de, durante a sua visita oficial à Hungria [no passado dia 15 de outubro], o presidente austríaco Heinz Fischer “ter sido claramente bem recebido”, escreve o Kurier,

todos estes gestos de simpatia e testemunhos de boa vizinhança […] não conseguem ocultar o facto de que existe um verdadeiro problema entre Viena e Budapeste.
Segundo as palavras do presidente austríaco, a “grande nuvem” é a lei sobre terrenos agrícolas. O diário vienense explica ainda que,
desde o dia 1 de maio, é aplicada uma nova lei na Hungria. Esta acaba com o efeito retroativo de todos os contratos de usufruto celebrados a partir de 1994, conferindo aos beneficiários o uso e fruição das terras agrícolas e até mesmo de simples jardins. Como consequência, cerca de 200 agricultores e vários proprietários de residências secundárias correm o risco de expropriação.
São também muitos os austríacos que poderiam ser afetados e o jornal observa que “há vários meses que a Áustria apresentou queixas à Comissão relativamente a esta questão”. Esta última deverá comunicar a sua decisão no fim deste mês.
À questão agrícola, junta-se a atitude do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán em relação aos bancos austríacos, muito presentes na Hungria. O Kurier recorda portanto que
uma nova lei deverá obrigar estes últimos a converter para forints a totalidade dos seus créditos em moeda estrangeira, a uma taxa fixada pelo Governo. Uma medida que poderá custar até 3,2 mil milhões de euros aos bancos implementados no país.
“Estes projetos, ainda incertos, poderão acumular-se como enormes nuvens que pairam sobre os dois países”, conclui o jornal.

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