O desejo de crescimento ainda não tem financiamento

Publicado em 9 Maio 2012

"Crescimento: Bruxelas tenta recuperar a iniciativa", afirma Les Echos, que considera que a cimeira de chefes de Estado e de governo europeus, marcada para o próximo dia 23 de maio, constitui uma oportunidade para o novo Presidente francês, François Hollande, "clarificar a sua posição sobre a ‘renegociação’ do pacto orçamental". Este diário económico francês sublinha que

durante algum tempo preocupados com essa ‘renegociação’, os responsáveis europeus dizem agora estar dispostos a ajudar o Presidente francês a completar o tratado de disciplina orçamental com uma iniciativa em matéria de crescimento. Com efeito, as ‘reivindicações’ de François Hollande tranquilizaram Bruxelas, porque recuperam projetos já lançados.

Por outro lado, observa o mesmo jornal, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, "declarou-se feliz por poder aproveitar a abertura criada pela entrada em cena de François Hollande para encorajar o relançamento dos investimentos, desde que não se volte atrás quanto à redução da dívida". Les Echos adverte, entretanto, que

esse súbito desejo de revalorizar os projetos de crescimento poderá colidir com a realidade das finanças públicas. Porque, para recapitalizar o BEI, é preciso encontrar dez mil milhões de euros e, para redistribuir os fundos estruturais não utilizados, seria preciso que os Estados pagassem a Bruxelas os 82 mil milhões que formalmente prometeram mas que, até agora, pouparam, graças aos atrasos em que incorreram. Sem contar com a fatura a pagar de 80 mil milhões de euros, para dotar de capital o futuro Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Sem liquidez, o debate sobre o crescimento orienta-se, portanto, para a procura do delicado equilíbrio entre o rigor e a queda na recessão.

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