O gás ou a UE, será preciso escolher?

Publicado em 17 Setembro 2012 às 14:03

A Moldávia, que oscila entre o desejo de integrar a União Europeia e o de manter boas relações com a Rússia, da qual depende totalmente do ponto de vista energético, está numa posição cada vez mais difícil. Moscovo aumenta a pressão sobre a antiga república soviética para que esta renuncie ao acordo de cooperação energética, assinado em 2011, com a UE. Em troca, propõe uma redução de 30% no preço do gás que lhe fornece.

Tentação ou coação?, questiona-se um editorialista do Jurnal de Chișinău, que constata que

a proposta grosseira feita pelo ministro da Energia da Federação da Rússia, Aleksandr Novak, supõe que os russos estavam em posição de força. […] Daí a impressão de que o primeiro-ministro Vlad Filat foi alvo de chantagem.

Uma vez que, ao apresentar esta proposta, Moscovo parece empurrar Chisinau para a união euro-asiática promovida pelo Presidente russo Vladimir Putin, em vez da UE. “Qual é a melhor forma, para um pequeno país como a Moldávia, de discutir com uma grande potência como a Rússia”, questiona-se o Jurnal de Chișinău. O diário considera que caso esta proposta seja aceite levará o país ao fracasso:

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[Os ucranianos] já se deixaram convencer, ao ceder a cidade de Sebastopol, aceitando manter a presença militar russa na Crimeia. E? Continuam a queixar-se desesperadamente pelo preço insuportável do gás. […] Na cena política, um homem de cabeça baixa não suscita piedade. [...] Pelo contrário, incita à violência, porque parece indefeso e, consequentemente, acessível. O mesmo acontece com o Estado.

É neste contexto que entre mil a sete mil pessoas se manifestaram em Chisinau a favor de uma união com a Roménia, da qual a Moldávia foi província até 1945. Mas enquanto este “mito de origem ancestral” conta com a concorrência de dois novos mitos, o de uma união com a Transnístria, a região russófona separatista, e o de uma união euro-asiática, a vontade de se juntar à Roménia é uma noção historicamente ultrapassada, prevê o Timpul, na medida em que

a perspetiva de uma união com a Roménia está desde já incluída no contexto da integração da Moldávia na UE e da concretização da união com os outros romenos numa dimensão europeia única.

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