UE-Estados Unidos

Os cineastas defendem a exceção cultural europeia

Publicado em 24 Abril 2013 às 14:37

Numa petição enviada à Comissão Europeia no dia 22 de abril, 80 realizadores europeus exigem que Bruxelas exclua o audiovisual e o cinema das negociações sobre um acordo de comércio livre entre a Europa e os Estados Unidos, previstas para este verão.

Pretendem portanto – sobretudo os belgas e os franceses – defender “a exceção cultural”, que permite limitar o comércio livre da cultura no mercado e permitir aos países promover as suas próprias obras.

A Comissão “é acusada pelo mundo cinematográfico de não ter uma ‘visão liberal’ da cultura”, realça o diário Les Echos, que acrescenta que, para os cineastas, “a cultura deve ser a fonte da União numa altura em que a Europa política está em ‘apuros’”.

A ofensiva levou Bruxelas a reagir: o comissário europeu do Comércio, Karel De Gucht, garantiu num comunicado que “a exceção cultural não será negociada”. Mas o seu porta-voz afirmou que o audiovisual continuava no centro das negociações.

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O diário económico recorda que não é a primeira vez que o mundo cinematográfico se revolta:

Em 1993, nas renegociações dos acordos do GATT, anterior ao OMC, os cineastas alugaram um avião para Bruxelas para darem a conhecer a sua opinião face à ofensiva americana, que queria nomeadamente que a cultura fosse associada a uma mercadoria como as outras. Vinte anos depois, estão dispostos a fazê-lo novamente.

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