NRC Handelsblad, 20.11.2009

Os migrantes mortos não existem

Publicado em 20 Novembro 2009
NRC Handelsblad, 20.11.2009

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O secretário de Estado da Justiça holandês, Nebahat Albayrak, quer que a União Europeia registe o número de migrantes que morrem, todos os anos, no decurso das suas viagens a caminho da Europa, informa o NRC Handelsblad. O diário holandês adianta que os migrantes que não sobrevivem "não existem". "Nenhum Governo europeu se preocupa em saber o nome desta gente, ou o número das pessoas que todos os anos morrem às portas da fortaleza europeia." Uma situação considerada "inacreditável" pelo secretário de Estado. Segundo o diário, só as ONG, como a United against Racism, é que fazem registos estatísticos. Segundo esta ONG, de 1994 até hoje, o número de mortos ultrapassa as 13 mil pessoas, por afogamento, esgotamento, ou no rescaldo de catástrofes como, por exemplo, a explosão de minas nas fronteiras greco-turcas. Muitas vezes, as famílias tentam, em vão, repatriar os corpos dos seus entes queridos. De acordo com um afegão, há sete anos a residir ilegalmente na ilha de Lesbos (mar Egeu), "o repatriamento custa milhares de euros […] e as embaixadas europeias no Afeganistão não concedem vistos aos parentes para que estes possam render a última homenagem às vítimas".

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