Crise da dívida

Para a Time, o destino do mundo depende de Monti

Publicado em 10 Fevereiro 2012 às 13:55

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“Este homem pode salvar a Europa?”, pergunta a Time sobre Mario Monti. Em visita a Washington e Nova Iorque por estes dias, “o homem mais importante da Europa”, como a revista nova-iorquina classifica o chefe do Governo italiano, tem, de facto, a tarefa de evitar a derrocada da zona euro, e até mesmo da economia mundial, ao conseguir recuperar o seu país:

A missão de Monti tem implicações para todos – dos financeiros de Wall Street aos operários chineses. Porque os problemas de Itália tornaram-se problemas do mundo inteiro e Monti terá de salvar a Itália para evitar uma outra crise financeira global. […] Apesar da crise da dívida na Europa estar a ser travada há dois anos, a Itália [cuja dívida pública ultrapassa 120% do PIB] aparece como a maior ameaça à sobrevivência da moeda única, que está sob pressão: paradoxalmente é, ao mesmo tempo, demasiado grande para falir e demasiado importante para ser salva. […] E se se tornar insolvente, isso poderá desencadear uma série de acontecimentos que destroçariam a união monetária e poriam em perigo meio século de integração democrática.

O sucesso de Monti é igualmente crucial para a economia mundial. As consequências de um incumprimento de pagamentos por parte de Itália – e, pior, o colapso do euro – são praticamente inimagináveis. A Itália poderia provocar uma crise financeira ainda pior do que aquela que foi provocada em 2008 pela falência do banco Lehman Brothers. A onda de choque atingiria os mercados financeiros de todo o mundo, arrastando consigo os bancos e economias inteiras. Uma recessão na Europa, onde vivem milhões de consumidores ricos, poderia travar a retoma nos Estados Unidos e desacelerar os mercados emergentes. O destino de Mario Monti, da Europa e da retoma mundial estão agora inexoravelmente ligados.

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