“UE aumenta pressão sobre a Bélgica”, titula De Morgen. O jornal flamengo escreve que “no momento em que as negociações para a formação do Governo foram interrompidas, a Comissão Europeia insiste, hoje, uma vez mais, no seu Economic Growth Survey 2012, para a necessidade de reformas estruturais”. O diário explica que o relatório se refere à Europa em geral e não apenas exclusivamente à Bélgica.
Nele pode ler-se, por exemplo, que “sem resposta convincente sobre a crise do euro, a situação económica da UE vai degradar-se rapidamente”, o que demonstra bem que o tempo também pressiona a Bélgica, sem Governo há mais de um ano e meio.
A crise política tem efeitos no plano económico, acrescenta De Morgen: a taxa de remuneração da dívida belga continua a subir e ultrapassa os 5%. Uma situação considerada “preocupante” por Anne Leclercq, da Agência da Dívida. Na sua opinião, “no mês passado, fomos apanhados pela França. Quando o país ficou sob pressão dos mercados financeiros, contaminou-nos”.
Uma preocupação partilhada pelo editorialista político Yves Desmet, que pergunta se uma tutela europeia pura e simples não seria a melhor solução para a crise política belga: “os nossos políticos mostram, todos os dias, que se tornaram incompetentes na arte maior da tomada de decisão democrática: chegar a compromissos. Então, se neste país ninguém vê mais além do interesse do seu próprio partido, talvez fosse boa ideia pôr a Bélgica sob a tutela da Comissão Europeia”.