Conselho Europeu com uma atmosfera fadisteira. "Austerida-deeeeee"

Portugal opta pelo naufrágio

Em minoria no Parlamento no que diz respeito ao novo plano de austeridade, o primeiro-ministro, José Sócrates, demitiu-se na véspera do Conselho Europeu. Enquanto legislativas antecipadas se perfilam no horizonte, Portugal prepara-se para conhecer um destino igual ao da Grécia, inquieta-se a colunista Teresa de Sousa.

Publicado em 23 Março 2011 às 16:31
Conselho Europeu com uma atmosfera fadisteira. "Austerida-deeeeee"

“Mas aquela gente é louca. Nós, aqui, a fazer um esforço tremendo para encontrar uma solução que vá ao encontro daquilo que eles precisam e eles dão um tiro na cabeça”. Desculpem a forma excessivamente coloquial com que começa esta crónica, mas imagino que deve ser mais ou menos isto que os nossos parceiros estarão a pensar de nós em Bruxelas ou em Berlim, onde quaisquer pormenores sobre o mau feitio do primeiro-ministro são absolutamente irrelevantes. O que veem é um país suicidário e sem rumo, que abriu uma crise política precisamente no único momento em que ela devia ser considerada impossível.

Nada disto impede que o nosso destino imediato se vá decidir nos próximos dias. Hoje, quando as linhas gerais do PEC forem chumbadas no Parlamento. Nos dois dias do Conselho Europeu de Bruxelas, onde o primeiro-ministro comparecerá (demissionário ou não) sem qualquer capacidade negocial. E, finalmente, no dia seguinte, quando já não for possível arrepiar caminho e as consequências se abaterem sobre nós.

Ninguém pode antecipar as reações dos mercados. Mas é difícil imaginar um quadro que fuja à subida das taxas de juro da dívida e à descida do rating da República. Com as consequências que se conhecem. E num momento em que o país tem de pedir emprestados até junho mais de 10 mil milhões de euros, quando a banca só se consegue financiar junto do BCE e as empresas públicas não se conseguem financiar lá fora. Para quem tem dificuldade, no meio da esquizofrenia política, em entender exatamente o que está em causa, vale a pena lembrar alguns factos. Ler versão integral do artigo no Público ou nas restantes nove línguas do Presseurop...

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