Cinco anos após o início da sua implementação na Europa, no Médio Oriente e no Norte de África, “o Desertec gerou poucos resultados”, constata Der Spiegel.
O projeto aposta na exploração do potencial energético nos desertos para abastecer de forma duradoura todas as regiões do mundo em eletricidade verde. É atualmente criticado, nomeadamente pelos habitantes das regiões desérticas que se interrogam “o que ganham com este projeto”, deploram certas organizações de defesa dos direitos humanos.
Estas reivindicam uma maior implicação das populações locais neste projeto elaborado “nas traseiras do clube de Roma, […] por um comité de velhos sábios que reflete sobre o resgate do mundo”, ironiza Der Spiegel. “Após as Primaveras Árabes, queremos responder às reivindicações de mais justiça e de tomadas de decisão conjuntas, devemos implicar os civis, é a única forma da Desertec ter sucesso”, explica um responsável da ONG alemã Germanwatch.
O artigo do Spiegel Online também realça que a fundação Desertec Industrial Initiative (DII), fundada em 2009, para realizar o projeto no Norte de África e no Médio Oriente tem cada vez mais concorrência. O construtor de centrais solares britânico Nur Energie prevê a criação de uma central solar de 2000 Megawatt na Tunísia, em 2015. A eletricidade produzida deverá ser exportada para Itália.
O responsável do projeto considera que o mesmo está bem adiantado:
Já encontraram parceiros tunisinos, os acordos com os exploradores da rede italiana estão prontos para serem assinados […] e diversas componentes poderão ser introduzidas no local. Sessenta por cento da totalidade dos investimentos poderá ficar no país e está prevista a criação de mil empregos na região, explica o responsável do projeto.