Panorama, 24 de Julho de 2009

Quem matou os juízes anti-Mafia?

Publicado em 24 Julho 2009 às 14:50
Panorama, 24 de Julho de 2009

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Em 16 de Julho, os promotores de justiça de Caltanissetta reabriram o inquéritoas investigações sobre o assassinato dos juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992. Os ataques foram originalmente imputados a Totò Riina, da comuna siciliana de Corleone, preso em 2000, após vários anos na clandestinidade, e associados a uma mais vasta estratégia de terror da Máfia, que visava a revogação de leis especialmente criadas para combater a Cosa Nostra. Contudo, surgiram entretanto novos e inquietantes desenvolvimentos. De acordo com alguns informadores, nos meses que precederam os ataques bombistas, os líderes de Corleone encontraram-se com pessoas ligadas ao Sisde (os serviços secretos italianos), que foram vistos mais tarde nas cenas dos crimes. No início dos anos 90, o sistema político italiano estava a desmoronar-se com o impacto das acusações de corrupção dos partidos no poder, a Democracia Cristã e o PSI. Arrastava-se também uma constante ameaça de preparação de um golpe político. "Foram eles que os mataram" (Falcone e Borsellino", referindo-se aos serviços secretos.

Panorama teve acesso a documentos sensíveis pertencentes ao filho de Vito Ciancimino, anterior presidente da Câmara de Palermo, condenado como sendo membro da máfia. Os originais consistem em cartas e memorandos escritos à mão, que provam o contacto entre o general Mario Mori, do Sisde, e o patrão da máfia Bernardo Provenzano, que Mori terá impedido de ser preso. "É um dossiê desconcertante, que tem de ser analisado com cuidado”, escreve a Panorama. Dezassete anos depois, a poeira pode ter assentado o suficiente para que a verdade venha ao de cima.

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