Reservas do Mediterrâneo esgotam-se

Publicado em 6 Novembro 2013 às 16:09

As populações de peixes do Mediterrâneo estão “a agonizar”, adverte La Repubblica, pouco depois de terem sido aprovadas as regras do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP) para o período 2014-2020. Segundo este diário italiano,

os dados de que a UE dispõe são muito claros: 95% das unidades populacionais de peixes do Mediterrâneo estão em risco, ameaçadas pela exploração excessiva e tornar-se-ão irrecuperáveis, se a pesca não for reduzida pelo menos entre 45% e 50%, nos próximos cinco anos.

Infelizmente, as tendências recentes parecem apontar no sentido inverso: dos 4,5 mil milhões de euros do orçamento do FEAMP para o desenvolvimento de práticas de pesca sustentáveis quase nada foi de facto utilizado no período 2006-2013, salienta La Repubblica. A Itália foi um dos países com pior desempenho, tendo gasto apenas 23% de uma verba de 900 milhões de euros. Até agora, a principal política “de sustentabilidade” adotada, uma proibição anual de pesca de 45 dias, apenas abre caminho a fraudes relacionadas com subsídios e não tem qualquer impacto positivo sobre as reservas. Assim, no período 2000-2010, a produtividade caiu 48,84% e verificou-se uma diminuição de 31% dos rendimentos da pesca, o que põe em risco a subsistência de milhares de pescadores. No que se refere aos consumidores, La Repubblica escreve:

É melhor prepararmo-nos para comermos alforrecas, porque elas constituem a única espécie cujo número está a aumentar.

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