Com os chefes de Estado e de Governo da UE reunidos em Bruxelas numa cimeira extraordinária consagrada à crise na Líbia, "Sarkozy e Cameron pedem à UE que reconheça os dirigentes da rebelião líbia", anuncia El País. Dia 10 de março, o Presidente francês e o primeiro-ministro britânico enviaram uma carta conjunta a Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, na qual exprimem o seu apoio aos esforços do Conselho Nacional Interino de Transição (CNT) sedeado em Bengasi para "preparar um Governo representativo e responsável".
O Presidente francês foi mais longe ao reconhecer o CNT como "representante legítimo do povo líbio" e ao preconizar bombardeamentos aéreos na Líbia. "França, totalmente isolada no plano diplomático desde o início das revoluções árabes, é agora o país que põe a Europa e a comunidade internacional perante as suas responsabilidades morais e humanas na Líbia", comenta o Libération, que refere em primeira página que Sarkozy "inchou". As suas tomadas de posição surpreenderam "os parceiros europeus que teriam preferido uma posição comum sobre uma crise que exige, no plano militar, jurídico e diplomático, soluções conjuntas, nota o diário francês. Mas Nicolas Sarkozy quis a todo o custo ser o primeiro a agir - enfim! - o costume de um Presidente voluntarioso a tratar dos problemas do mundo".
De facto, constata El País, "a UE assustou-se com a possibilidade de ficar completamente envolvida no conflito". Pior do que isso, lamenta [Le Soir](http://www.lesoir.be/), o reconhecimento do CNT pela França foi feito "sem qualquer consulta europeia" e apesar de "os países da UE terem criado um dispositivo para debater a situação líbia". Resultado, "danos colaterais, nada pequenos: a guerra da Líbia já teve um custo para a Europa política. A existência da União Europeia não está em jogo, mas a sua credibilidade como representante na cena mundial ficou seriamente comprometida”.