Itália-Afeganistão
Il Manifesto, 13 Abril 2010

Terroristas ou testemunhas?

Publicado em 13 Abril 2010 às 12:23
Il Manifesto, 13 Abril 2010

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As autoridades afegãs refutaram rumores segundo os quais três italianos que trabalhavam para a ONG Emergency, que presta assistência médica em zonas de guerra internacionais, tinham confessado ter participado numa conspiração dos talibãs para assassinar o governador da cidade de Lashkar Gah, no sul do país. No entanto, os três homens continuam presos. Os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa de Itália, que anteriormente tinham acusado a organização de "prejudicar a imagem de Itália" por tratar insurrectos talibãs, além de civis, ainda terá de pedir a sua libertação. O editorial do diário de Roma Il Manifesto é muitíssimo duro. "O ataque à Emergency é uma consequência da Operação Mushtarak", lançada em Fevereiro pela Força Internacional de Assistência e Segurança (ISAF).

"A preparação para a guerra exige a eliminação de todas as testemunhas incómodas. Os hospitais da Emergency são postos de observação que aborrecem aqueles que lançam bombas e matam." É o que escreve este diário, um dia depois de, no sul do Afeganistão, soldados da NATO terem aberto fogo contra um autocarro, matando quarto civis, entre os quais uma mulher e uma criança. Entretanto, a ONG italiana entregou o controlo do hospital onde os três trabalhavam à polícia afegã. "Se o que eles queriam era impedir-nos de trabalhar ali, foram bem sucedidos", declarou um porta-voz da Emergency ao La Repubblica.

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