As imagens do rosto ensanguentado de Silvio Berlusconi, agredido por um desequilibrado durante uma manifestação em Milão, a 13 de Dezembro, estão nas primeiras páginas de todos os jornais europeus de hoje. O diário Il Giornale aproveita a ocasião para lançar um ataque contra a oposição, que acusa de ter inspirado a agressão a Berlusconi, de resto proprietário do jornal em questão. "A frente de ódio a Il Cavaliere deu os primeiros frutos", escreve Alessandro Sallusti, que acrescenta: "A violência contra Berlusconi não foi um acaso, uma trágica fatalidade. É uma estratégia congeminada por jornais, direcções políticas e programas de televisão irresponsáveis". Sallusti acusa em especial o líder do partido IDV [Itália dos Valores], Antonio Di Pietro, que refere como "autor moral" do ataque.
A quente, Di Pietro declarou que "o comportamento irresponsável de Berlusconi instiga a violência", mas o resto da oposição optou pela solidariedade e pela condenação do acto. A começar pelo diário La Repubblica, que por uma vez adoptou um tom moderado em relação ao líder do Governo: "Amigos e adversários, apoiantes e opositores devem ser - como nós - solidários com o primeiro-ministro. [...] A liberdade de Berlusconi de expor as suas políticas e ideias é equivalente à nossa liberdade de o criticarmos. Este espaço de liberdade chama-se democracia: temos de a defender".