Um alemão na presidência?

Publicado em 19 Março 2012 às 16:54

Será o ministro alemão das Finanças o próximo presidente do Eurogrupo? Desde que o Financial Times Deutschland revelou, a 16 de março, que Wolfgang Schäuble é o candidato da chanceler alemã para o cargo ocupado por Jean-Claude Juncker, as especulações crescem na Alemanha. O Suddeutsche Zeitung revela hoje a sua surpresa:

Um ministro alemão das Finanças não é o candidato adequado para a presidência do Eurogrupo. É sobretudo a aritmética do equilíbrio de poderes na Europa que o exige. Numa época normal, seria simplesmente excluída a possibilidade de um representante do país que já é o membro mais forte e que pretende, além disso, impor a toda a Europa a sua cultura nacional da austeridade para controlar ainda mais a comunidade da moeda única.

Na ausência de adversários, e com o italiano Mario Monti e o finlandês Jyrki Katainen afastados da lista por causa dos cargos-chave ocupados anteriormente por compatriotas seus (Mario Draghi no BCE e Olli Rehn responsável pela política monetária da Comissão Europeia), a estatura de Wolfgang Schäuble poderia, pelo menos, adaptar-se, comenta o diário de Munique. Jean-Claude Juncker, cujo mandato termina em junho de 2012, revelou, em janeiro, que não pretendia renovar o seu mandato. Wolfgang Schäuble foi o próprio a afirmar que o seu sucessor deveria pertencer a um país classificado com um triplo A pelas agências de rating limitando, assim, que se escolhesse a Alemanha, a Finlândia e a Holanda. Nesse compasso de espera, aguardaria pelo apoio da França, que só irá intervir depois das eleições presidenciais e legislativas de junho.

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