Pela primeira vez desde a sua eleição em 2008, o Presidente norte-americano visita hoje, dia 19 de junho, Berlim. Deverá primeiro reunir-se com o Presidente alemão Joachim Gauck e, mais tarde, com a chanceler Angela Merkel. Tal como os seus predecessores Kennedy, Reagan ou Clinton, deverá pronunciar um discurso muito aguardado em frente à Porta de Brandemburgo, uma honra que lhe foi recusada na sua última visita, quando ainda era candidato à Casa Branca.

“O que é que Obama tem para dizer aos alemães de hoje em dia?”, interroga-se em primeira página o Bild. “Mr. Wowereit, open this airport” [Sr. Wowereit, abra este aeroporto], em referência à frase lançada por Ronald Reagan contra Mikhail Gorbatchev (“Mr. Gorbatchev, tear down this wall” [Sr. Gorbatchev, derrube este muro]) e ao escândalo em torno do aeroporto Willy-Brand de Berlim-Brandemburgo cuja abertura está atrasada? Ou, porque não, “Sei o que fizeste ontem no Facebook”, para recordar o escândalo envolvendo o programa de espionagem PRISM.

A distância demonstrada pelo Presidente norte-americano relativamente à Europa também deixa perplexo o Spiegel-Online, que apresenta as suas propostas sob a forma de uma carta dirigida ao Presidente americano:

Senhor Presidente, querido Barack Obama, […] não há qualquer motivo para pensar que se interessa pelos problemas atuais desta cidade e deste país em específico. A catástrofe do aeroporto local não lhe deve dizer muito e, no que diz respeito à crise do euro, são os europeus que a devem resolver […]. Como deve ter reparado, afastámo-nos um pouco uns dos outros nestes últimos anos […]. Por isso pedimos-lhe para que não diga coisas banais como “Adoro Berlim”, seria ridículo. Não, diga apenas a frase mais pertinente que o senhor enquanto Presidente dos Estados Unidos pode dizer relativamente à sua relação com Berlim, a Alemanha, a Europa e o resto do mundo: “Sou americano”.

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