Manifestações contra a corrupção

Um Maidan moldavo?

Publicado em 7 Maio 2015 às 13:37

No dia 3 de maio, 40 mil pessoas, segundo os organizadores (10 mil, segundo as forças policiais), saíram às ruas de Chisinau para denunciar a corrupção na Moldávia. Os manifestantes, classificados pelo Ziarul Naţional como “Maidan moldavo”, exigem aos responsáveis no poder que esclareçam as circunstâncias do desaparecimento de mil milhões de dólares (pouco mais de 837 milhões de euros) detidos pelos três principais bancos do país, BEM, Banca Sociala e Unibank. O desaparecimento foi revelado pelo relatório publicado pela sociedade britânica Kroll, depois de uma auditoria secreta realizada a pedido do Banco nacional moldavo (BNM).

A soma, que o diário de Chisinau estima que representa um oitavo do PIB nacional, foi emprestada a devedores cuja identidade não foi revelada. O Parlamento recusa obrigar o governador do BNM a fazê-lo e este último esconde-se por trás do sigilo bancário.

A poucas semanas da cimeira da Parceria Oriental de Riga, onde a Moldávia deveria afirmar-se no seu caminho europeu (a Moldávia assinou um acordo de associação com a UE em junho de 2014), o escândalo chega num mau momento para este país com uma perspetiva europeia: “Sou a Moldávia, furtada em mil milhões de dólares”, afirma Nicolae Negru no seu editorial. Este sublinha que, enquanto o Governo e o Parlamento investigam o caso, a sociedade civil prepara-se para novas manifestações nos próximos dias,

pois o sentimento que reina atualmente na nossa sociedade não é de ódio e de revolta, mas de repulsa.

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