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Um dos debates organizados pela Internazionale, o parceiro italiano do Presseurop.eu, quando do seu festival na cidade de Ferrara, no princípio de Outubro, teve por tema "A Europa em avaliação: do entusiasmo ao cepticismo". À partida, nada que congregasse multidões, tendo em conta a hora (domingo de manhã) e os outros eventos organizados para a mesma altura. No entanto, a sala estava a rebentar pelas costuras e várias pessoas tiveram de esperar pacientemente, no terreiro medieval do castelo Estense, para poderem assistir à discussão entre um jornalista checo, os seus colegas romeno e alemão e Roberto Santaniello um representante da Comissão Europeia em Itália.
A grande maioria do público era constituída por jovens, italianos e estrangeiros, que não hesitaram em fazer perguntas incisivas sobre o funcionamento da União Europeia e das suas instituições, incluindo o Banco Central. As considerações que acompanhavam essas perguntas traduziam uma espécie de impaciência em relação à construção europeia: segundo eles, esta não avança suficientemente depressa e a opção federalista – hoje indiscutivelmente minoritária na Europa – não parecia assustá-los. Pelo contrário, estes jovens pediam mais União e menos Estado e mostravam-se preocupados em saber se a aprovação do Tratado de Lisboa ia ou não pôr as coisas em movimento, ao mesmo tempo que se inquietavam com a falta de transparência e de democracia directa nos processos de tomada de decisões europeus.
Há muito que se sabe que os jovens constituem a faixa da população que mais entusiasmo mostra pela Europa. Esse facto dá esperanças quanto ao futuro. Os nossos dirigentes, tão prudentes e sempre tão prontos a atribuir a Bruxelas a responsabilidade pelos seus fracassos, deveriam levá-lo em conta. GP.A.
