“Perante a fuga dos investidores estrangeiros, os bancos apoiam as licitações do Tesouro público”, explica o ABC, na véspera de uma licitação de obrigações públicas (a primeira desde a apresentação do orçamento para 2013), em que o Tesouro espera obter entre €3 a €4 mil milhões e que indicará o índice de confiança de que a dívida espanhola beneficia.
Segundo o diário madrileno, desde o início do ano, os investidores estrangeiros reduziram em cerca de €90 mil milhões a sua exposição face aos títulos espanhóis, isto é, menos 31,8% em comparação ao ano de 2011. Neste momento, são os bancos espanhóis que detêm a maioria da dívida pública do país, uma situação inédita desde 2003, observa o ABC, que explica o fenómeno:
Esta renovação do interesse dos bancos do país nos títulos espanhóis está essencialmente ligada às licitações extraordinárias de liquidez do Banco Central Europeu (BCE), que ocorreram em dezembro de 2011 e fevereiro deste ano. As entidades pegavam em dinheiro de Frankfurt com juros de 1% e investiam em títulos da dívida pública que asseguravam uma rentabilidade de 6%.
Segundo o jornal, “os mercados continuam a acreditar que a Espanha irá pedir ajuda à Europa e na compra da dívida espanhola por parte do BCE, apesar das reticências da Alemanha”.