"Primeiro protesto em massa contra a reforma do mercado de trabalho", titula La Vanguardia, um dia depois das manifestações em 57 cidades espanholas contra a reforma do mercado de trabalho iniciada pelo Governo de Mariano Rajoy. Dezenas de milhares de pessoas corresponderam ao apelo dos principais sindicatos nacionais (UGT e CCOO). Trata-se do "primeiro passo de uma ofensiva que poderá levar a uma greve geral", nota o diário de Barcelona, que considera "um erro grave" esta possibilidade:
O Governo não pode, nem deve retroceder na sua decisão, pois correria o risco de comprometer a sua credibilidade dentro da União Europeia e nos mercados financeiros, que exigem de Espanha um corte com a rigidez do mercado de trabalho que dificulta a adaptação das empresas a conjunturas adversas e que provoca um desemprego mais elevado do que seria desejável.
Para El País, em contrapartida, "o êxito das manifestações de ontem é um aviso que o Governo não deve ignorar". O diário madrileno aprova a "estratégia moderada e correta" dos sindicatos.
A questão é saber se esta reforma imposta por Bruxelas e pelos mercados é a mais adequada. Mas não há dúvida de que gerou um clima de insegurança em amplos setores da população.
Adotada a 10 de fevereiro, esta reforma prevê a aprovação do montante das indemnizações por despedimento de 45 para 33 dias por ano de trabalho e de 20 dias nas empresas em dificuldades, que é o caso da maior parte das empresas hoje em dia. Aprova igualmente deduções fiscais para as empresas que contratarem e um período probatório de um ano, durante o qual o assalariado pode ser despedido sem indemnização. No fundo, dá prioridade aos acordos das empresas em detrimento dos acordos por setor.