A ONG holandesa Women on Waves (WoW) é conhecida pela prática (legal) de abortos a bordo da sua "clínica flutuante". Mas a Inspecção da Saúde holandesa acaba de apresentar queixa contra a equipa médica da ONG, acusada de ter administrado, em 2008, a pílula abortiva RU 486 (Mifegyne) a mulheres espanholas grávidas, que assim contornavam a lei – muito restritiva – em vigor no seu país. A queixa, precisa o diário holandês De Volkskrant, está ligada ao facto de o navio utilizado pela WoW para a sua missão espanhola ser uma embarcação à vela, e não o Aurora, a embarcação habitualmente utilizada, inteiramente equipada e dentro das normas sanitárias, mas de manutenção mais dispendiosa. Ora, de acordo com a nova legislação holandesa sobre interrupção voluntária da gravidez, a administração de RU 486 – mesmo precocemente – constitui um aborto propriamente dito, e só pode feita após verificação do estado de adiantamento da gravidez numa clínica ou hospital. Para a WoW, trata-se de uma manobra do Governo que visa atirá-las borda fora.
Tags
Apoie o jornalismo europeu independente.
A democracia europeia precisa de meios de comunicação social independentes. O Voxeurop precisa de si. Junte-se à nossa comunidade!