Crise da dívida

Berlim esquece as lições da história, segundo Ferguson e Roubini

Publicado em 11 Junho 2012 às 13:56

A Alemanha não compreendeu o estado da crise na Europa, na sua dimensão histórica, advertem o historiador britânico Niall Ferguson e o economista norte-americano Nouriel Roubini. Num ensaio publicado pela revista Spiegel e pelo jornal Financial Times, os dois professores das universidades de Harvard e Nova Iorque recordam que, em 1933, foi uma crise bancária que conduziu à queda dos sistemas democráticos na Europa e pedem medidas concretas, para evitar o afundamento da UE:

Quanto mais a saída da Grécia da união monetária se torna provável, mais aumenta a pressão sobre os bancos espanhóis, o que poderá desencadear um bank-run [levantamento dos depósitos] tão grave que talvez faça vacilar o BCE. Está já em curso, no sistema financeiro da Europa, um processo importante de renacionalização, que poderá arrastar a União para uma desintegração completa.

Ferguson e Roubini consideram não haver alternativa à comunitarização da responsabilidade pela amortização da dívida, através da criação de um fundo temporário e propõem créditos diretos para recapitalização dos bancos. Segundo eles, a Alemanha em especial deveria também aceitar uma taxa de inflação mais elevada e renunciar à política de austeridade:

Para tal, é necessário relançar o crescimento na zona euro e renunciar a uma política de austeridade exagerada. O BCE deve moderar a sua política monetária, o euro deve desvalorizar-se e é preciso criar incentivos fiscais. São necessários programas de infraestruturas e um aumento dos salários nos países-chave, a fim de estimular o consumo.

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