Cidadãos saem à rua contra a corrupção

Publicado em 4 Dezembro 2012 às 15:48

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É “uma vaga de protestos”, constata o Večer na primeira página. As manifestações contra a corrupção e as medidas de austeridade do Governo do conservador Janez Janša, que marcaram a campanha eleitoral, foram retomadas após a eleição do social-democrata Borut Pahor para a presidência da República. Janša, assim como o chefe da oposição e presidente da câmara de Liubliana, Zoran Janković são alvo de uma investigação por corrupção. E em Maribor, dez mil pessoas saíram à rua a 3 de dezembro, para pedir a demissão do presidente da câmara, Franc Kangler. O diário Delo constata que

a ira e o descontentamento social atingiram o seu auge desde que Kangler, suspeito de corrupção e de clientelismo, foi eleito para o Senado. Esta foi a gota de água. Os cidadãos insurgiram-se contra os problemas acumulados da transição, de privatizações duvidosas, da corrupção, da falta de Estado de Direito e de arbitrariedade da classe política. Quem está no poder não tomou decisões inteligentes para acabar com as manifestações e voltar a dar esperança, isto é, convencer os cidadãos que é nas urnas e não na rua que se enfrentam os problemas.

O diário Dnevnik realça que

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a rua não faz a lei, como dizem os que querem desacreditar os manifestantes, mas os cidadãos decidiram retomar o controlo da política, não apenas em Maribor, como em todo o país, em Liubliana, Celje, Koper, Kranj, Novo Mesto ou Trbovlje, como forma de solidariedade com Maribor.

“A Eslovénia, mencionada nos últimos 20 anos como um exemplo de sucesso dos países em transição, é abalada pela crise profunda”, observa por sua vez o Jutarnji List. Para o diário croata,

o país, cujo PIB foi um dos mais elevados dos países em transição, que aderiu a UE em 2004 e introduziu o euro apenas três anos mais tarde, segue doravante as pisadas da Grécia e de Portugal. É a consequência de reformas que não chegaram a ser totalmente aplicadas, de créditos que os bancos, cujo Estado é acionista maioritário, concediam com base em critérios políticos e não económicos. Hoje, os bancos acumulam dívidas e ter um crédito tornou-se tão fácil como ganhar a lotaria.

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