Empresas alemãs violam embargo sobre o nuclear iraniano

Publicado em 1 Outubro 2012 às 14:11

A Alemanha contribuiu para o programa nuclear civil de Teerão que é suspeito de esconder o desenvolvimento da bomba atómica? Segundo Der Spiegel, é isso que procura descobrir a “Operação Ventilator”, nome com que as autoridades alemãs batizaram a investigação que acabou por desvendar que há empresas alemãs que venderam clandestinamente elementos de alta tecnologia ao Irão, violando os embargos decretados pela ONU e pela UE.

A investigação levou à prisão, no início de agosto, de quatro pessoas ligadas ao tráfico deste material, na Alemanha, bem como à descoberta de uma rede responsável pelo fornecimento, desde 2007, de quatro conjuntos de válvulas (“Ventil” em alemão) no valor total de vários milhões de euros, através da Turquia e do Azerbaijão. Segundo o semanário, é provável que tenham sido recentemente instalados na central atómica de Arak, que está na lista negra da Agência Internacional de Energia Atómica:

Estas investigações mostram que, apesar de todas as sanções, a Alemanha continua a ser uma placa giratória de fornecimentos clandestinos ao Irão.

Este escândalo pode embaraçar a chanceler Angela Merkel, que sempre se opôs a uma intervenção militar no Irão apoiando a aplicação de sanções fechadas contra o programa nuclear iraniano no quadro da ONU e da UE, como escreve Der Spiegel:

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Se, na Alemanha, as empresas passam através das brechas [dos controlos] e dão, a nível internacional, a imagem de colaborarem livremente com o regime do Presidente Mahmoud Ahmadinejad, o seu argumento perde peso.

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