As elites europeias sentem-se ameaçadas pela ascensão da extrema-esquerda, informa o Le Monde, segundo o qual, o partido radical Syruza pode vir a ganhar as eleições antecipadas do dia 25 de janeiro na Grécia. No entanto, a República Helénica está longe de ser o único país da Europa onde “a esquerda da esquerda” está em ascensão. Na verdade, indica o diário,
a poucos milhares de quilómetros de Atenas, em Espanha, a formação de extrema-esquerda eurocética Podemos prepara-se para as eleições legislativas de 2015 e tem hipóteses de ganhar. […] Em Portugal, no Chipre e na Irlanda, os movimentos de extrema-esquerda também seduzem os eleitores esgotados por uma austeridade vinda “de cima”, desde Bruxelas, e nostálgicos de um Estado-providência generoso.
O diário explica que estes movimentos da esquerda radical estão a modernizar-se, “deixando os temas mais obsoletos para se focar na opressão exercida pela Europa e o FMI”. O diário salienta que na Grécia e em Portugal foram “os primeiros-ministros socialistas que assinaram acordos com a troika, o que explica por que muitos eleitores, que se sentem atraiçoados pela esquerda moderada, se estão a inclinar agora para a extrema esquerda. No entanto, mesmo que os seus líderes tenham “um discurso agressivo contra Bruxelas”, não se opõem à UE enquanto tal, uma vez que “a sua ideia é transformá-la”. Este caracter pró-europeu poderá muito bem levar a uma perda de influência, favorecendo “a direita populista”, conclui o Le Monde.