Estradas baratas chinesas para lado nenhum

Publicado em 3 Junho 2011 às 10:09

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“Mais pobre, mais caro, mais tarde”, titula o Rzeczpospolita descrevendo os problemas e os atrasos na construção de um estádio em Varsóvia e de uma importante autoestrada, antes do Euro 2012 de futebol, que terá lugar na Polónia. Em ambos os casos, as empresas que ganharam os concursos ofereceram preços muito baratos e agora mostram-se incapazes de cumprirem os prazos de entrega e a qualidade exigida. Com o campeonato a aproximar-se, esperam poder renegociar os preços dos contratos, escreve o diário de Varsóvia. No que esperava que viesse a ser a ponte para a construção de novas estradas na Europa, o consórcio chinês Covec pediu 1,3 mil milhões de zloty (330 milhões de euros) para construir um troço de 50 quilómetros de autoestrada A2 entre Varsóvia e Łódź, ou seja, 420 milhões de zloty (106 milhões de euros) abaixo das outras propostas. Sem conseguir pagar aos subempreiteiros polacos, a Covec foi forçada a parar os trabalhos de construção e, agora, pode perder o contrato e tem de pagar 740 milhões de zloty (186 milhões de euros), por danos, ao investidor polaco. “Estes problemas são consequência da celebração de contratos com base no preço mais baixo”, diz o perito em transportes Adrian Furgalski. “Na maior parte dos países da UE, são preferidas as propostas com ‘melhor relação custo-benefício’, o que nem sempre quer dizer a mais barata”, conclui o Rzeczpospolita.

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