“Fuga negra” nas escolas primárias

Publicado em 30 Agosto 2011 às 11:10

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"Os filhos dos emigrados da classe média fogem em massa das escolas mistas", relata o De Morgen. Na opinião do diário de Bruxelas, isto acontece porque "os marroquinos não querem estar na mesma aula que os europeus de leste". Para Paul Mahieu, professor da universidade de Anvers que estuda a segregação no ensino primário, as escolas enfrentam uma "fuga negra" comparável à "fuga branca", o fenómeno em que os pais autóctones retiram os seus filhos das escolas frequentadas por uma grande percentagem de alunos de origem estrangeira.

"O mecanismo da fuga", é desencadeado quando o limiar de 30% de alunos de origem estrangeira se torna desatualizado, situando-se em 50% para os pais estrangeiros, explica Paul Mahieu. O investigador considera que se trata de um problema psicológico, pois "os pais estão convencidos que o ensino é melhor nas escolas com muitos alunos nativos", e previne que esta fuga vai continuar a verificar-se, o que poderá agravar os problemas. "A diversidade" nas escolas não é necessariamente sinónimo de problemas, considera o De Morgen. "A menos que se abandone a ideia de que o ensino é um motor para a mobilidade social, as escolas com uma mescla socioeconómica continuarão a ser necessárias.

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