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“Nova petição de urgência poderá bloquear a ratificação do MEE em Karlsruhe”, anunciada a 6 de setembro.

Para o candidato eleito da CSU, o ramo bávaro da CDU de Angela Merkel, o BCE não tem qualquer legitimidade democrática para tomar uma decisão destas. Considera que o BCE prepara “um ultra e hiper plano de resgate ilimitado” e desafia o controlo parlamentar do MEE pelo Bundestag, o parlamento alemão.

Para o editorialista do Süddeutsche Zeitung, Heribert Prantl, este conflito realça a “cobardia política” da Alemanha, que não encontrou uma solução para o défice democrático na Europa:

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O direito europeu, sobretudo quando se trata do euro, não tem rodas, mas sim asas. São asas especiais que o fazem descolar e sobrevoar as instâncias e os mecanismos de controlo. No caso de medidas de resgate do euro, este direito sobe (da maneira necessária e para o bem da Europa, como dizem os salvadores) bem alto, para onde o ar é mais leve e o controlo democrático mais complicado. (...) Numa situação destas, seria conveniente que houvesse um Parlamento Europeu capaz de agir, mas esse parlamento foi eliminado. E foi precisamente o Tribunal Constitucional que contribuiu para isso em 2009 ao relegar esta instituição para um nível inferior de parlamento.

Segundo o Frankfurter Allgemeine Zeitung, a falta de legitimidade democrática do MEE é um argumento igualmente partilhado pelo serviço jurídico do Bundestag. Consultados pelo partido Die Linke, os juristas consideram que o fundo de resgate permanente da UE é contrário ao direito orçamental do parlamento alemão e arrisca-se a “esvaziar a legitimidade dos poderes públicos” ao impor-lhes restrições.

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