Horários de trabalho, pilotos tocam o sinal de alarme

Publicado em 7 Janeiro 2013 às 15:49

“Por enquanto, os pilotos ainda dormem”, titula De Standaard citando um porta-voz do European Cockpit Association (ECA). Segundo esse sindicato de pilotos da aviação civil, a harmonização dos horários de trabalho na aviação dentro da União Europeia terá como consequência horários de trabalho mais longos para todos. Os pilotos belgas, por exemplo, poderão ser obrigados a trabalhar onze ou doze horas consecutivas, de noite, em vez das atuais dez, explica o diário. Segundo a ECA,

quatro em cada cinco pilotos dizem sofrer de privação de sono e um terço revela casos em que tanto o comandante como o copiloto adormeceram enquanto o computador de bordo pilotava o avião.

A falta de sono dos pilotos não é um problema novo: há alguns dias, a companhia low cost Ryanair foi notícia por causa de testemunhos que diziam respeito à segurança dos voos:

Pilotos disseram ter estado aos comandos mesmo estando “doentes ou muito cansados” porque “se não voássemos, não éramos pagos”, [disseram]. Uma semana antes, os pilotos afirmaram “terem sido pressionados a voar com o mínimo combustível possível”. A Ryanair desmentiu as duas acusações.

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Num artigo de opinião, dois membros do Dutch Expert Group on Aviation Safety afirma que as novas regras europeias “incluem os piores elementos das atuais regras nacionais”:

Há que questionar se as regras europeias propostas para os horários de trabalho e de descanso bem como os atuais direitos dos passageiros europeus são razoáveis. Será que faz sentido estender ao máximo e de maneira estrutural o horário de trabalho? E porquê compensar os passageiros se o comandante decidir fazer uma escala para defender a própria segurança dos passageiros?

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