Crise na Ucrânia

Kiev prepara-se para uma "ofensiva russa em grande escala"

Publicado em 14 Novembro 2014 às 19:07

A Ucrânia mobiliza as suas tropas e pede ajuda à União Europeia para fazer frente a uma possível ofensiva militar russa que se está a formar no leste do país, informam o Kyiv Post e o EUobserver neste 14 de novembro.
O Kyiv Post escreve que a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e a NATO detetaram armas e tropas a atravessar a fronteira que separa a Rússia da Ucrânia na região da Donbass. Trata-se, segundo o governo ucraniano, de uma “violação dos acordos de cessar-fogo assinados no dia 5 de setembro em Minsk”. Em resposta, a Ucrânia terá

mobilizado e equipado as suas reservas e [adquirido] mais de 52 milhões de euros em armas e material militar na semana passada.
O embaixador da Ucrânia na União Europeia alertou a UE para “uma nova ofensiva em grande escala contra a integridade territorial da Ucrânia” numa carta divulgada pelo EUobserver, onde “pede à União Europeia para exercer ‘pressão diplomática’ sobre Moscovo para esta regressar à mesa das negociações moderadas pelos Estados Unidos e a UE” e para impor “‘uma nova onda’ de sanções preventivas, como aumentar a lista negra de personalidades políticas russas e o ‘custo económico’ […] das ações da Rússia”.
Embora a Rússia negue categoricamente as acusações de que enviou tropas para a Ucrânia destacando simultaneamente oito mil soldados para a fronteira ucraniana, Bernard Guetta defende na France Inter que “esse desmentido não é de todo credível”:
não se sabe se haverá uma ofensiva iminente. É, sem dúvida alguma, o mais provável mas também é possível que Vladimir Putin esteja apenas a mostrar os seus músculos para obter concessões à força da Ucrânia, da União Europeia e dos Estados Unidos.
NoEUobserver, o militante pró-ocidental ucraniano, Roman Sohn afirma, no entanto, que os ocidentais pagam agora o preço por ter ignorado “a lenta transformação da Rússia num país totalitário” e acrescenta que:
a ganância cega da Europa, que privilegiou os interesses económicos sobre os princípios de liberdade, contribuiu para a situação na qual nos encontramos hoje em dia: à beira da guerra na Europa.

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