Muda o Governo, fica a austeridade

“A bolsa ou a vida” é o título do Irish Independent. Este emprego irónico da expressão utilizada pelos salteadores de carruagens surge depois de o Fine Gael e o Partido Trabalhista terem feito um acordo de coligação a 6 de março para a formação do novo Governo da Irlanda. Com a economia nacional nas últimas, ao novo executivo pouco mais resta do que aceitar os termos do financiamento de 85 mil milhões de euros da UE/FMI acordado pelo Governo cessante do Fianna Fáil. E a única hipótese de arranjar dinheiro vai ser com “cortes e impostos indiretos”. “'Estamos a viver um dos períodos mais dramáticos da história do nosso país independente.” Assim se lê no preâmbulo dececionante ao programa do novo Governo da primeira-ministra Enda Kenny, líder do Fine Gael. As principais mudanças incluem - “Renegociar a taxa de juro do financiamento da UE. Fazer aprovar uma verdadeira reforma do setor público. Privatizar os principais ativos públicos. Arranjar 50 mil milhões de euros para substituir o fundo de emergência do BCE para os bancos. Diminuir o défice sem aumentar os impostos.”